HLB nos citros: sintomas e medidas de manejo

O HLB (Huanglongbing), também conhecido como ex-greening, é considerada a doença mais devastadora dos citros no mundo. Causada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp., transmitida principalmente pelo inseto psilídeo-asiático dos citros (Diaphorina citri), o HLB representa uma ameaça real para a citricultura brasileira, afetando produtividade, qualidade dos frutos e longevidade dos pomares.

Desde sua chegada ao Brasil, a doença se espalhou rapidamente em várias regiões produtoras, exigindo ação contínua e estratégica dos citricultores para evitar perdas econômicas severas.

Como o HLB age na planta?

A bactéria se instala no sistema vascular da planta, dificultando o transporte de seiva elaborada e provocando desnutrição sistêmica. Isso afeta diretamente o desenvolvimento da planta, o enchimento dos frutos e a qualidade da produção.

O grande problema do HLB é sua natureza silenciosa: os sintomas podem demorar meses a aparecer, enquanto a planta já está infectada e funcionando como fonte de disseminação da doença.

Sintomas visíveis do HLB

Os sintomas do ex-greening são diversos e podem ser confundidos com deficiências nutricionais, principalmente de zinco e manganês. Entre os sinais mais característicos, destacam-se:

• Clorose assimétrica nas folhas, com manchas irregulares e sem padrão definido (diferente da deficiência nutricional, que é simétrica);

• Frutos deformados, assimétricos, menores e com maturação irregular;

• Sementes abortadas ou escurecidas dentro do fruto;

• Queda prematura de folhas e frutos;

• Ramos com seca parcial, levando ao declínio da planta;

• Desuniformidade na coloração do fruto (parte verde e parte madura no mesmo fruto).

  
  

A confirmação do HLB deve ser feita por análise laboratorial molecular (PCR), já que os sintomas visuais podem se confundir com outros problemas fitossanitários.

Manejo integrado do HLB nos citros

Como não há cura para o ex-greening, o manejo deve ser preventivo e rigoroso, combinando diferentes estratégias:

✅ Uso de mudas certificadas e livres da bactéria – a base do controle começa na implantação do pomar; ✅ Eliminação imediata de plantas com sintomas – plantas diagnosticadas com HLB devem ser erradicadas para reduzir a fonte de inóculo; ✅ Controle rigoroso do psilídeo-vetor (Diaphorina citri) – monitoramento semanal e aplicação de inseticidas seletivos, respeitando o intervalo de segurança;

✅ Plantios mais adensados e sincronizados – visam reduzir a movimentação do vetor entre plantas em diferentes estágios;

✅ Capacitação da equipe técnica e dos colaboradores – diagnose correta e manejo rápido são essenciais para evitar a disseminação da doença;

✅ Higienização de ferramentas – evita a disseminação mecânica da bactéria entre plantas durante podas e manejos.

Conclusão

O HLB é uma doença sistêmica, incurável e letal, que exige uma postura proativa por parte dos produtores. O sucesso do controle depende da prevenção, do uso de mudas sadias, do monitoramento constante do psilídeo e da erradicação imediata das plantas infectadas. A citricultura brasileira só continuará forte se houver comprometimento coletivo e rigor técnico no manejo do ex-greening.

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