Quais são as doenças mais comuns na safra de soja?
- Cristiane Reis

- 4 de nov.
- 3 min de leitura
As doenças da soja representam um dos maiores desafios para o produtor rural!
A soja é uma das principais culturas agrícolas do Brasil, e seu cultivo está sujeito à interferência de diversos agentes fitopatogênicos. Entender quais doenças são mais frequentes e como elas impactam o rendimento da lavoura é fundamental para definir estratégias eficientes de manejo e prevenção.

1. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)
É considerada a doença mais severa da soja no Brasil, podendo causar perdas superiores a 90% em cultivos desprotegidos. O fungo se desenvolve rapidamente em ambientes quentes e úmidos, com longos períodos de molhamento foliar. Os sintomas iniciais surgem como pequenas lesões escuras nas folhas, evoluindo para necroses e desfolha precoce, comprometendo a formação dos grãos.
2. Mancha-alvo (Corynespora cassiicola)
A mancha-alvo ganhou destaque nos últimos anos, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Os sintomas característicos incluem lesões circulares com centro claro e bordas escuras, que lembram um “alvo”. A doença reduz a área fotossintética da planta e pode comprometer significativamente a produtividade, especialmente em cultivares suscetíveis.
3. Oídio (Microsphaera diffusa)
Apesar de ocorrer com menos frequência, o oídio pode ser preocupante em regiões com clima mais seco e ameno. O sintoma típico é um pó branco esbranquiçado sobre as folhas, que reduz a fotossíntese e o vigor da planta. Aparece principalmente no final do ciclo da soja ou em cultivos tardios.
4. Antracnose (Colletotrichum truncatum)
Com maior incidência em períodos de elevada umidade, a antracnose afeta as vagens e caules, causando necroses escuras, murcha e até tombamento de plantas em estágios reprodutivos. O patógeno pode sobreviver em restos culturais e em sementes infectadas, tornando o tratamento de sementes e a rotação de culturas práticas essenciais no manejo.
5. Podridão radicular de Rhizoctonia solani e Fusarium spp.
Estas doenças do sistema radicular são silenciosas e difíceis de perceber em campo. Elas comprometem o desenvolvimento inicial da planta, causando raquitismo, amarelecimento e morte prematura. Ambientes compactados, excesso de umidade e sementes contaminadas são fatores que favorecem sua ocorrência.
6. Cancro da haste (Diaporthe spp.)
Essa doença se manifesta geralmente a partir da floração, causando lesões castanhas no caule e impedindo o transporte de água e nutrientes. É comum em áreas com plantio direto e em sucessão de soja sobre soja. Pode ser confundida com seca natural da planta, exigindo diagnóstico correto.
7. Mancha-parda (Septoria glycines)
Presente desde os estágios iniciais da lavoura, a mancha-parda causa lesões pequenas, castanho-claras, distribuídas pelas folhas inferiores. Apesar de não ser altamente agressiva, o acúmulo de danos ao longo do ciclo compromete o potencial fotossintético e pode impactar o enchimento dos grãos.
Conclusão: a importância do monitoramento fitossanitário
As doenças da soja representam um dos maiores desafios para o produtor rural. Ignorá-las ou tratá-las de forma tardia pode significar perdas de produtividade e qualidade. Por isso, é fundamental adotar o Manejo Integrado de Doenças (MID), incluindo o uso de cultivares resistentes, rotação de culturas, tratamento de sementes, aplicações programadas de fungicidas e monitoramento constante das lavouras.
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